sexta-feira, 31 de julho de 2015

31 de Julho de 1492: expulsão espanhola dos Judeus


Neste dia, em 1492, o Decreto de Alhambra entrou em vigor, expulsando assim os judeus da Espanha. Emitido em Março por Fernando e Isabel, os Reis Católicos de Espanha, o decreto ordenou a expulsão de todos os judeus que se recusassem a converter ao cristianismo até o dia 31 de Julho. Esta medida foi apoiada pelo conselheiro dos monarcas Tomás de Torquemada, líder da Inquisição espanhola, que visava erradicar a heresia. Fernando e Isabel concordaram com a expulsão após concluírem com sucesso a reconquista - a unificação da Espanha sob o domínio cristão - com a conquista de Granada. No termo do prazo de Julho, a maioria dos cerca de 200.000 judeus espanhóis escolheu deixar o país, em vez de renunciar à sua religião e cultura. Muitos desses judeus sefarditas mudaram-se para a Turquia, para a África e para o resto da Europa, embora muitas vezes encontrassem violência quando tentavam deixar o país. 
Aqueles que fugiram para Portugal foram expulsos do país quatro anos mais tarde, quando o rei Manuel casou com a filha dos monarcas espanhóis. Os judeus que ali permaneceram tornaram-se conversos - cristãos-novos, sofrendo de desconfiança e assédio; na verdade, alguns desses cristãos-novos  continuavam a praticar o judaísmo em segredo. 
A política de conformidade religiosa continuou em 1502, quando os muçulmanos espanhóis foram também condenados a se converter ao cristianismo. A importância da expulsão é muitas vezes ofuscada pela chegada de Cristóvão Colombo à América, numa viagem financiada pelos monarcas espanhóis, também em 1492. O Decreto de Alhambra foi formalmente revogado pelo II Concílio do Vaticano, em 1968, como parte de uma tentativa do governo espanhol fazer as pazes com o legado doloroso da expulsão.

Decreto de Alhambra de 1492

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